Um estudo da Lett, marca da Neogrid especializada em inteligência de dados para a cadeia de consumo, revela um impacto imediato e expressivo na visibilidade de produtos em e-commerces quando ficam fora de estoque. Segundo o levantamento, 46% das mercadorias que estavam entre os cinco destaques caem para além da 30ª posição já no primeiro dia de indisponibilidade.
A pesquisa evidencia o efeito da chamada “ruptura” no ambiente digital, especialmente em categorias de alto giro. Café, itens de limpeza e snacks & bebidas são os segmentos mais afetados: mais de 64% dos produtos dessas categorias desaparecem do topo dos rankings em apenas 24 horas sem estoque. Já outras áreas, como leite e nutrição infantil, chocolates e doces e suplementos, mostram um impacto menor — ainda assim, 38% desses produtos perdem posição considerável.
Os mais afetados
Entre os canais de comércio eletrônico analisados, o modelo Bricks & Clicks (que integra lojas físicas ao digital) apresenta o maior índice de queda no segmento alimentar: 46% dos itens saem do top 30 no primeiro dia de ruptura. Marketplaces e pure players aparecem na sequência, com 39%, enquanto no setor farmacêutico o índice atinge 35%.
A recuperação também não acontece de forma automática. De acordo com o estudo, apenas 37,9% dos produtos voltam à lista dos cinco primeiros no dia seguinte à reposição. A normalização tende a acontecer apenas a partir do segundo dia, quando 59% recuperam a visibilidade.
A indisponibilidade afeta inclusive os produtos patrocinados, que continuam visíveis nas primeiras posições, mas não podem ser adquiridos. Durante o período analisado, em quase 7% dos dias havia anúncios pagos de produtos sem estoque. Extrapolando esse dado para o ano, são 26 dias de frustração para o consumidor e perda potencial para as marcas.
Esse fenômeno ganha ainda mais relevância diante de dados da Amazon: 70% dos consumidores iniciam a jornada de compra pela barra de pesquisa e 86% das vendas acontecem entre os 10 primeiros resultados — um cenário que destaca o valor estratégico da permanência nas primeiras posições.
Para Davi Song, CEO da Lett, os números são um alerta para as marcas: “Com o e-commerce cada vez mais competitivo, o levantamento mostra que manter a disponibilidade não é apenas uma questão operacional, mas um fator estratégico para vendas e visibilidade”. “Empresas que não conseguirem gerir seus estoques adequadamente podem desaparecer das vitrines virtuais, perdendo espaço para concorrentes mais preparados”, completa.
Fonte: correiobraziliense