O Banco de Compensações Internacionais (BIS) divulgou seu relatório anual apontando que, enquanto a economia da América Latina desacelera, o Brasil mantém crescimento robusto graças à forte demanda interna e mercado de trabalho aquecido. O PIB brasileiro cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao ano anterior.

No entanto, a inflação preocupa. Diferentemente do cenário global, onde a inflação tende a cair, Brasil, Chile e Colômbia enfrentam desaceleração desse processo, impulsionada por demanda elevada, reajustes em preços regulados e desvalorização cambial. O Banco Central do Brasil respondeu com aumento da taxa básica de juros, que subiu para 15% ao ano, patamar esperado para ser mantido até o fim do ano.

O BIS também alertou sobre as expectativas inflacionárias das famílias, que superestimam a inflação real, influenciando o comportamento econômico e exigindo vigilância das autoridades monetárias.

o âmbito global, o relatório cita a instabilidade causada pelas tarifas comerciais dos Estados Unidos, que dificultam a recuperação econômica e complicam o controle da inflação, especialmente no contexto de pressões políticas internas, como as críticas do ex-presidente Donald Trump ao Federal Reserve.

Além disso, o BIS destacou riscos fiscais crescentes com aumento da dívida pública em vários países, a necessidade de ajustes para evitar crises futuras e o impacto potencial do conflito no Oriente Médio sobre os preços do petróleo e a inflação global.

Por fim, o relatório ressalta o crescimento acelerado do mercado de swap cambial, principalmente entre instituições não bancárias, e a importância de uma regulação mais abrangente para mitigar riscos financeiros globais. A influência do dólar permanece central, e bancos centrais devem estar atentos à interconexão das condições financeiras globais para ajustar suas políticas.

Fonte: portalin