Com o início das confraternizações e a retomada do clima típico de dezembro, o amigo secreto volta a ocupar espaço nos encontros de fim de ano. Dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) indicam que a troca de presentes continua sendo uma forma prática de organizar os gastos e reunir pessoas em diferentes ambientes, movimento que acompanha a expectativa de maior circulação nas festas de 2025.
Um levantamento realizado pelos órgãos, em parceria com a Offerwise Pesquisas, revela que 36% dos consumidores pretendem participar de amigo secreto este ano. A estimativa é de que 60,1 milhões de pessoas devem participar deste tipo de evento no período do Natal.
Luís Rocha, 23 anos, confirmou a participação em três amigos ocultos neste ano. Um da família, outro entre os amigos e o terceiro no trabalho, onde estagia. Na avaliação dele, comprar um presente para a pessoa sorteada é uma ótima estratégia financeira, pois adquirir um presente individual para cada membro de cada grupo seria muito caro.
“A gente estipula um valor mínimo e máximo, que fique confortável para todo mundo, e faz a brincadeira. Além de ser bem mais barato do que comprar um presente para cada um, ainda tem a emoção de tentar descobrir quem te tirou, de pensar como você vai descrever o seu amigo, que você sorteou, e de ser descrito por alguém”, disse ele. Luís completou que tem uma relação de proximidade com todos os grupos em que está participando da dinâmica, o que, de acordo com ele, deixa a experiência mais divertida.
Dos participantes do estudo, 53% adoram participar de amigos ocultos, 39% consideram que é uma boa maneira de poder presentear gastando menos dinheiro e 14% participam apenas para não serem julgados como antissociais. Já dos que não participarão, 45% justificaram dizendo não gostar, 35% não têm o costume no grupo e 23% estão sem dinheiro.
Cláudio Braga, 25 anos, não vai participar de nenhuma dinâmica neste ano, pois afirmou estar cansado de comprar presentes interessantes e somente receber brindes genéricos. “Eu compro uma coisa legal, gasto meu tempo e dinheiro, para depois ganhar um pijama e uma meia. Está de sacanagem, sem condições. Desta vez, para não me estressar, resolvi não participar de nada, nem do 'amigo da onça' da minha família, que nem é de sorteio, mas que também me irrita”.
Em média, os consumidores pretendem participar de 1,6 evento de amigo secreto, principalmente entre familiares (69%), com amigos (35%) e com colegas do trabalho (28%). A previsão da pesquisa é que seja gasto a média de R$ 72 com cada presente. Estima-se que a brincadeira movimente R$ 6,7 bilhões no varejo neste fim de ano.
Clara Silva, 57 anos, resolveu entrar na brincadeira com as amigas da turma do pilates e disse estar “muito animada” para revelar quem sorteou. Para ela, a brincadeira não é só sobre o presente, e sim sobre a interação entre as pessoas, principalmente as que não nutrem uma grande amizade.
“Essas dinâmicas fazem com que a gente conheça mais as pessoas e invista tempo e dinheiro pensando no que vamos comprar para elas, É muito mais um gesto de carinho do que um gesto financeiro, além de, na maioria das vezes, não ser muito caro. Até brinquei com os meus dois netinhos de que ano que vem vovó vai fazer amigo oculto com eles, para só dar um presente e receber um também”, ela falou, sorrindo.
Para o presidente da CNDL, José César da Costa, “o amigo secreto é muito mais do que uma simples troca de presentes; é uma poderosa ferramenta de confraternização que permite celebrar o espírito natalino sem exigir grandes despesas individuais”.
“Vemos que a brincadeira é uma boa maneira de presentear gastando menos, o que a torna especialmente atrativa para os consumidores. É uma tradição que movimenta bilhões na nossa economia, mas, acima de tudo, garante que os laços familiares, de amizade e de trabalho sejam fortalecidos de forma leve e acessível a todos”, emendou.
No estudo, foram entrevistados consumidores das 27 capitais brasileiras, homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos, de todas as classes econômicas (excluindo analfabetos) e que pretendem comprar presentes para o Natal, entre os dias 15 e 23 de outubro de 2025. A margem de erro no geral é de 3,6 p.p e 4,0 p.p. para um intervalo de confiança a 95%.
Fonte: correiobraziliense